ALBA AP. DE CAMPOS LAVRAS

Alba LavrasA Cidade de Ipauçu, São Paulo, em 26 de outubro de 1927, recebe uma cidadã ilustre, Alba, tendo por pai Francisco de Campos e por mãe Adalgisa Cavezzale. Em 1928, foi residir com a família em Palmital, SP, e, em 1939, veio estudar em São Paulo. Em 1941, sua mãe vem a falecer, deixando 5 filhos, dois mais velhos e dois mais novos do que Alba. À época, ela cursava o 3º ano ginasial em São Paulo. A partir de dezembro desse ano, Alba começou a dar aulas em um curso de admissão ao ginásio, no Colégio Paulistano, onde ela e seus irmãos estudavam.

Em 1946, ingressou na Escola Paulista de Medicina, passando a dar aulas particulares a candidatos a vestibular. Em 1948, cursava o 3º ano de medicina e, concomitantemente, era monitora da cadeira de Farmacologia. Fazia, também, um curso de Bioestatística, ministrado pelo prof. Adolpho Martins Penha, no Instituto Biológico.

Na Escola Paulista de Medicina e no Instituto Butantan, além de se dedicar à investigação científica, sempre trabalhando em equipe, apresentava os resultados da pesquisa em conclaves científicos, nacionais e internacionais, e os publicava em revistas científicas nacionais ou estrangeiras.

Desempenhava, também, atividades didáticas de graduação e de especialização e colaborava nos cursos de pós-graduação, além de dar orientação a técnicos de nível médio, a graduandos de escola superior e a estagiários de nível superior. Além disso, exercia a função de Assistente do Serviço de Endocrinologia e Nutrição do Departamento de Clínica Médica (1952-1954). No Butantan, ocupava o cargo de Médico (1954-1977) e de Pesquisador Científico (1977-1997). Nesses cargos, cumulativamente com a investigação científica, exercia inúmeras funções ad- ministrativas, e, além disso, tinha participação diretiva em associações, sociedades e conclaves científicos; participação em bancas examinadoras e em coordenação de concursos para seleção de estagiários e captação de recursos humanos para pesquisa e para apoio à pesquisa, no Instituto Butantan, bem como para concessão de prêmios; atividades de assessoramento a várias entidades e realização de um grande número de palestras, além de outras atividades.

Ao proferir palestras para a divulgação da ciência e, principalmente, sobre administração e política de ciência, sempre expressava sua convicção de que cabe a todo profissional, principalmente aos de um país subdesenvolvido ou em desenvolvimento, não somente a procura da melhoria de sua capacitação, visando ao eficiente exercício de sua profissão, mas, também, lutar pela conquista de melhores condições para exercê-la. Foi Membro da Comissão Permanente do Regime de Tempo Integral (CPRTI) e sua presidente (1976-1980). Vale lembrar, que Alba, José Reis e Bernardo Goldman foram os bravos e aguerridos conquistadores dessa carreira.

O projeto da Carreira de Pesquisador Científico, quando pronto, foi modificado na Secretaria de Planejamento. Alba, chegou a procurar a esposa de Franco Montoro, passando a ela o projeto original. Franco Montoro aceitou a proposta, vinda de sua esposa.

Como profissional da ciência, teve sua carreira marcada pela criação da carreira de Pesquisador Científico e pela sua luta obstinada pela criação de uma autêntica carreira de apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica, a ser ainda consolidada.

Falar de Alba Apparecida de Campos Lavras é falar da alma nobre e aguerrida que espera grandes retornos de suas falas, esperando ações que fortaleçam sua alma para dispor à sociedade elementos fortes e intransponíveis para o bem comum.

Alba, se me permite simplesmente Alba que, como os grandes nomes, torna-se uma intimidade para os seus discípulos, sendo seu nome, como de tantos abnegados e renomados, que simplesmente são citados pelo prenome ou pelo sobrenome.