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O Instituto Agronômico (IAC-APTA) possui pesquisas, tecnologias e serviços que atendem aos mais diversos perfis de produtores rurais. Entre as ações do IAC que atendem à agricultura familiar, destaca-se o Programa Citricultura Nota 10, as pesquisas em tropicalização de frutas de clima temperado, os trabalhos na área da horticultura e canavicultura.

A pesquisadora do IAC, Eliane Gomes Fabri, explica que a agricultura familiar é toda forma de cultivo de terra que é administrada por uma família e emprega como mão de obra os membros da mesma família, ou até cinco pessoas por dia por hectare. A produção de alimentos em propriedades de agricultura familiar destina-se à subsistência do próprio produtor rural e seus familiares, bem como atende ao mercado interno do país. “Dentro da atividade hortícola, a mão de obra familiar é a grande responsável pela produção das hortaliças, legumes e plantas condimentares que utilizamos rotineiramente para nossa alimentação. Esse modelo de produção é grande gerador de empregos”, diz Eliane.

O Centro de Citricultura por meio do Programa Citricultura Nota 10, coordenado pela pesquisadora Marinês Bastianel, disponibiliza novas variedades de copas e porta-enxertos de citros, com a possibilidade de adoção imediata pelos pequenos citricultores paulistas, com a vantagem de serem mais produtivas e tolerantes a pragas e doenças e resistentes à seca.

Atualmente, as recomendações da adubação dos pomares de citros têm sido revisadas e recomendadas pelo Instituto. Os pesquisadores do IAC Dirceu Mattos Júnior e Fernando Alves de Azevedo explicam que os citricultores familiares já adotam essa tecnologia. “Nessa linha, o Centro de Citricultura também recomenda aos pequenos citricultores a adoção de técnicas conservacionista de manejo do solo dos pomares, com o uso de plantas de cobertura nas entrelinhas, como as braquiárias, que são posteriormente manejadas com roçadora ecológica, mantendo camada de mulching embaixo das plantas de citros, mantendo umidade do solo, ciclando nutrientes, diminuindo germinação de plantas daninhas, aumentando a comunidade de microrganismos no solo, entre outros benefícios para a sustentabilidade dessas pequenas áreas de citros”, afirmam.

O desenvolvimento da fruticultura paulista está atrelado às pesquisas do IAC e à agricultura familiar. O pesquisador do Centro de Frutas do IAC, José Luiz Hernandes, afirma que desde a introdução de cultivares de uvas europeias e híbridos resistentes, o Instituto tem contribuído de maneira significativa para a agricultura familiar, seja com o desenvolvimento de técnicas de plantio ou introdução e criação de cultivares adaptadas às condições tropicais, realizando a tropicalização de espécies frutíferas de clima temperado.

O IAC foi responsável pela técnica de poda drástica da figueira, fundamental para a produção dessa espécie, além da criação de porta-enxertos tropicais de videira amplamente utilizados em todo o país e de cultivares híbridas de uvas para mesa e vinho e pela aclimatação e desenvolvimento de cultivares de frutas de clima temperado como o caqui, morango, maçã, pera, pêssego, nectarina e ameixas. Na fruticultura tropical foram desenvolvidas cultivares de abacaxi com resistência às doenças e características específicas de planta e frutos e também cultivares de maracujá para produção de fruta fresca e polpa para agroindústria.

Outro trabalho relevante é a introdução e adaptação do sistema de condução em Y e do cultivo protegido da videira, que contribui para o aumento da produtividade e da qualidade das uvas, além da economia em mão de obra e redução no uso de defensivos agrícolas.

O pesquisador do IAC Mauro Alexandre Xavier explica que áreas de até 170 hectares de produção de cana-de-açúcar são consideradas de pequena escala de produção para o setor. Esses produtores representam um grande percentual, por isso o Centro de Cana desenvolveu os Núcleos de Produção de Mudas Pré-Brotadas (MPB). Esse projeto realiza treinamentos com os produtores, possibilitando a criação de núcleos e a introdução de um novo negócio como viveiristas.

Diagnósticos de doenças fúngicas em horticultura

O Instituto Biológico (IB-APTA), por meio do Laboratório de Doenças Fúngicas em Horticultura (LDFH), desenvolve atividades de pesquisa e diagnóstico fitossanitário de doenças nas áreas de Fruticultura, Plantas Ornamentais, Olericultura e Oliva.

Os trabalhos envolvem estudos relacionados à etiologia, fungicidas, indutores de resistência, produtos naturais, controle biológico, resistência de plantas a doenças, resistência de fungos a fungicidas e manejo integrado.

Além de permitir aumento do potencial produtivo e qualitativo, essas pesquisas promovem a sustentabilidade da produção, a obtenção de alimentos mais saudáveis, economia na aplicação de produtos e contribuem para reduzir os impactos da atividade agrícola no meio ambiente, atendendo às demandas de sistemas de produção convencionais, orgânicos, agricultura familiar, além de técnicos, estudantes, associações, cooperativas etc.

Gestão da propriedade

Não basta ter todo o conhecimento da produção no campo. Para ter sucesso na produção agropecuária, é necessária uma eficiente gestão da propriedade. É preciso saber sobre gestão. Ocorre que nem todo o produtor rural tem conhecimento na área, principalmente, os agricultores familiares.

Raquel Nakazato Pinotti, pesquisadora da APTA Regional de Bauru, trabalha há anos com gestão do agronegócio que contempla diversas cadeias produtivas e áreas de conhecimento e sempre levou conhecimento aos agricultores familiares, mas nem sempre com sucesso. “As propriedades de agricultura familiar são muito diversificadas e diferentes entre si. Realizei treinamentos, palestras, cursos, mas com o tempo percebi que a melhor forma de transferir conhecimento a esses produtores seria por meio de um treinamento individual que considerasse as dificuldades e particularidades de cada produtor”, conta.

A pesquisadora desenvolveu então, uma nova metodologia de trabalho, baseada em mentorias individuais, onde são avaliados o histórico familiar, atividade desenvolvida, o local da propriedade, as competências individuais, os sistemas de produção e as limitações do produtor e da propriedade. “Passei a oferecer essa mentoria objetivando as características intrínsecas da propriedade, da família, do setor em que estão inseridos para que o gestor possa compreender melhor as suas possibilidades de atuação no seu negócio. Com essa mentoria, mais específica, temos conseguido trabalhar melhor com os agricultores familiares, alcançado ótimos resultados em sua atividade econômica”, explica.

A “Mentoria empresarial: gestão organizacional e sistêmica”, oferecida por Raquel, possui atuação em três áreas: estratégias empresariais; estudos de competitividade setoriais: indicadores e tendências de mercado; e mentoria individualizada e organizacional. Os interessados podem entrar em contato com a pesquisadora pelo e-mail: [email protected]. O serviço é oferecido por meio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag).

Fonte: Assessoria de Imprensa – APTA

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