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De acordo com o boletim mais recente de arboviroses, divulgado pela Prefeitura de São Paulo nesta segunda-feira (29), a dengue atingiu o nível de epidemia em todos os 96 bairros da cidade. Esse nível foi considerado porque a marca de 300 casos por 100 mil habitantes foi registrada.

Até a semana passada, os bairros de Moema e Jardim Paulista eram os únicos que não tinham atingido essa marca. O distrito com o maior índice é a Vila Jaguara, na Zona Oeste, com 10.598, 1 caso a cada 100 mil pessoas. A Secretaria Municipal de Saúde relatou que 105 pessoas morreram de dengue neste ano na cidade.

A gestão municipal optou por ainda não ampliar a faixa etária de vacinação, utilizando as doses existentes para vacinar crianças e adolescentes de 10 a 14 anos antes do prazo de validade, que se encerra hoje (30).

A situação crítica poderia ser bem diferente se a extinta Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), atual Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD), não fosse subutilizada.

“O papel de qualquer órgão dessa natureza vai além do combate ao problema”, disse a pesquisadora Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC, em audiência na Câmara Municipal de Campinas, realizada em março. “Após a extinção da Sucen, acabaram-se as preocupações com pesquisa e prevenção de casos. Isso não é uma política responsável de saúde”.

A CCD atende municípios com menos de 50 mil habitantes e cidades que contam com população maior devem ter equipes que façam o controle de doenças. O que ocorre, na prática, é que CDD acaba sendo utilizada apenas para “apagar o incêndio”, ao invés de preveni-lo.

“A Sucen  se responsabilizava pelo levantamento de possível criadores nas casas e pelo mapeamento dos lugares onde havia maior potencial para casos de contaminação. Esse trabalho deixou de ser realizado com a extinção da superintendência – o que ajuda a explicar a situação de epidemia”, declarou Lutgens.

O fim da Sucen foi aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp) em outubro de 2020 e sancionado pelo então governador João Doria. O órgão contava com 14 laboratórios, sendo dois na Capital Paulista e outros 11 em unidades regionais, que produziam conhecimento e ajudavam a identificar e controlar doenças endêmicas como a dengue.

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