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A bióloga Márcia Cristina Mendes, pesquisadora científica do Instituto Biológico, juntamente com sua equipe, tem desenvolvido um importante trabalho no Laboratório de Parasitologia Animal do IB relacionado ao carrapato Rhipicephalus microplus, parasita bovinos e transmite agentes infecciosos que gera prejuízos estimados em US$ 3,24 bilhões por ano aos produtores brasileiros.

Embora o tratamento químico seja o principal meio de controle, há registros de populações resistentes a esses produtos em diversas regiões do Brasil. As perdas associadas aos animais de produção e à resistência aos acaricidas têm dado origem à procura de estratégias alternativas de controle.

O fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae é um promissor agente de controle biológico. O objetivo do trabalho desenvolvido pela pesquisadora é avaliar a ação do fungo no controle do carrapato, utilizando um novo protocolo de teste de semicampo.

O experimento iniciou-se com a aplicação no solo de uma solução de M. anisopliae (isolado IBCB 425) na concentração de 2 x 10¹³ conídios/hectare. O caldo contendo o fungo foi constituído de água e óleo mineral na proporção de 19:1. O mesmo caldo foi aplicado sem adição de fungo no grupo controle. Fêmeas de R. microplus foram colocadas no solo, envoltas em tecido voile, em ambas as parcelas. Os grupos foram deixados no pasto por 15 dias, após os quais foram coletados e mantidos em câmara BOD para o final da incubação e eclosão.

Deposição idêntica foi repetida três vezes a cada 14 dias para ambos os grupos nas mesmas áreas. Fêmeas ingurgitadas de ambos os grupos foram avaliadas quanto à infecção fúngica, em cortes histológicos que foram posteriormente corados com hematoxilina e eosina (HE) e por meio de hibridização in situ com oligonucleotídeos marcados com biotina. Os resultados mostraram que a eficácia do fungo continuou mesmo depois de 30 dias após a aplicação.

Isto sugeriu que a colonização da pastagem pelo fungo foi estável. A coloração HE e a hibridização in situ mostraram, respectivamente, alterações no sistema reprodutivo das fêmeas e confirmação de infecção pela espécie M. anisopliae.

Com base nesses resultados é possível demonstrar a ação desse entomopatógeno sobre o carrapato e sugerir que a técnica dos marcadores de campo possa ser utilizada e replicada para avaliar a ação do fungo M. anisoplie em fêmeas de R. microplus. Os resultados obtidos podem representar, a curto ou a médio prazo, uma redução nos prejuízos causados pelo carrapato à criação de bovinos no Brasil.

Fonte: Instituto Biológico

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