Instituto Biologico de Sao Paulo

O Instituto Biológico (IB-APTA), referência em pesquisas na área de sanidade animal e vegetal, além de proteção ambiental e pragas urbanas, comemora seu aniversário de 96 anos nesta terça-feira, 7 de novembro. A fundação do IB atendeu a uma demanda dos produtores rurais paulistas, que na época reclamavam a criação de um órgão que cuidasse da sanidade do café, então a maior riqueza do Estado de São Paulo.

Com a aparecimento, em 1924, de uma terrível praga nas lavouras de café, chamada broca, um grupo de cientistas se reuniu para achar uma solução. Com o sucesso do controle da praga por um inseto vindo da África – e que era seu inimigo natural -, o IB se tornou referência no Brasil em pesquisas na área de sanidade animal e vegetal, proteção ambiental e pragas urbanas.

O Instituto é considerado estratégico para que o agro paulista mantenha seus produtos nos principais mercados consumidores do mundo. Esta relevância se dá pela instituição trabalhar com a saúde das plantas, dos animais, do meio ambiente e – indiretamente – dos consumidores. Afinal, quase tudo que está no prato dos brasileiros passou em algum momento sob os cuidados dos pesquisadores do IB. Por ano, mais de 200 mil diagnósticos são realizados por esse instituto de pesquisa.

Prédio do Instituto Biológico– um magnifico exemplo da arquitetura art-déco

O edifício principal, projetado pelo arquiteto Mário Whately, destaca-se pelo estilo art-déco, movimento cultural que surgiu na Europa, no início do século XX. Esse mesmo estilo foi utilizado em outros projetos arquitetônicos importantes na cidade de São Paulo, como a Biblioteca “Mário de Andrade”, e o Viaduto do Chá, ambos no centro. De presença marcante no cenário arquitetônico da São Paulo dos anos 1930, o Instituto Biológico ressalta-se de forma monumental, permitindo que seja incluído entre os exemplares mais importantes da primeira modernidade na arquitetura paulistana.

Visitar a sede do IB é uma verdadeira viagem no tempo, sensação que o visitante tem ao caminhar pelos corredores, escadarias e halls de cada um dos seis andares do prédio. Fotos e registros referentes ao projeto de construção podem ser consultados no Centro de Memória, que possui um acervo composto por cerca de 340 mil documentos em diferentes tipologias e vários suportes; entre os quais, três mil documentos sobre arquitetura, muito procurados por historiadores, arquitetos e estudantes da área.

Uma curiosidade: o prédio, cravado no coração da Vila Mariana, foi destaque no filme “Depois do Universo”, produzido pela Netflix e que fez sucesso no ano passado.

Planeta Inseto – uma atração à parte

Com aproximadamente 1 milhão de espécies conhecidas em todo o mundo, os insetos compõem a maior classe do reino animal e cumprem um papel decisivo para o equilíbrio dos ecossistemas. Para quem deseja imergir nesse universo cheio de curiosidades, o Planeta Inseto – exposição permanente do Museu do Instituto Biológico – é uma excelente oportunidade.

A exposição conta com conteúdo textual amplo, que contempla também, além dos pequenos, estudantes do fundamental II (de 11 a 14 anos), e inclui dispositivos para atender pessoas com necessidades especiais, como áudio-guia, mapa tátil, mock up gigantes de insetos, entre outros. A reforma estrutural do prédio para torná-lo acessível a todos os visitantes abrange ainda a instalação de uma plataforma para vencer o andar intermediário, corrimãos metálicos e placas de sinalização em braile.

Entre os destaques vale citar a cenografia do Jardim dos Insetos com flores gigantes, animais virtuais e a reprodução de sons de nove insetos em botoeiras que acionam também um painel luminoso com a imagem respectiva de cada um deles; bicho-da-seda, bicho-pau, besouros e a corrida das baratas que já era uma das atrações mais buscadas pelas crianças estará reformulada; além de cupinzeiros e formigueiros e até uma sala onde será possível acompanhar a produção dos bichos-da-seda. Mais informações estão disponíveis no site do IB (aqui).

Maior cafezal do mundo localizado em área urbana 

A cultura do café entrou no Brasil em 1727 e chegou ao Vale do Paraíba em 1806. Em pouco mais de quatro décadas, o País se tornou o maior produtor mundial de café – e São Paulo o seu grande centro.

Dentro da área pertencente ao Instituto Biológico foi criado, para fins de pesquisa, um cafezal que ocupa aproximadamente 10 mil m² e possui cerca de mil pés de café das variedades Mundo Novo e Catuaí, além de 1,5 mil pés de cafés de outras seis variedades.

O cafezal do IB é considerado o maior do mundo instalado em área urbana. Atualmente, a plantação serve para condução de estudos relacionados a pragas e doenças e é utilizado para educação ambiental e divulgação científica.

O cafezal do Instituto Biológico pode ser visitado mediante agendamento através do e-mail: [email protected].

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