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No mês passado, o governo de São Paulo anunciou a criação de um comitê em colaboração com a iniciativa privada para achar soluções de combate ao greening, pior doença da citricultura mundial, que já chegou a 38,06% dos pomares do Estado e de Minas Gerais.

O problema é que pouco os técnicos do Estado poderão ajudar as empresas e os produtores em relação ao greening e outras doenças, simplesmente porque falta pessoal. Essa é a reclamação da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC).

Depois de 20 anos sem nenhum concurso público para contratação de pesquisadores cientistas no Estado, este mês foi realizado o primeiro para contratação de 37 profissionais. Ocorre que o déficit é 70%, isto é, o Estado tem preenchidos 2.175 cargos entre pesquisadores e cargos de apoio, mas ainda faltam 7.991 pessoas. Somente na área agrícola faltam 200 pesquisadores e mais de 3,7 mil funcionários de apoio.

Não bastasse o número baixo de pessoal, quando chegam aos institutos de pesquisa do Estado, os cientistas ficam pouco tempo porque o salário é baixo. “Perdemos todos para iniciativa privada ou para as universidades”, diz Patricia Bianca Clissa, presidente da APqC.

O salário inicial é de pouco mais de R$ 5 mil, enquanto a Fapesp, por exemplo, paga R$ 14,3 mil e a Fiocruz, R$ 11,8 mil para os iniciantes. “O pesquisador, muitas vezes pós-doutor, tem que desenvolver teses, dar aulas, colocar em prática todas as análises. É um trabalho com dedicação total e recebe quase nada”, acrescenta. “Só este ano, perdemos três pós-doc para o CTC [Centro de Tecnologia Canavieira]”, afirma.

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