carrapato

As quatro mortes por febre maculosa no Estado de São Paulo nos últimos meses acenderam um sinal de alerta sobre a necessidade de novos métodos de combate à proliferação do carrapato-estrela, um artrópode aracnídeo que transmite a bactéria causadora da Febre Maculosa Brasileira.

O carrapato-estrela não é um inseto, mas um aracnídeo que consegue sobreviver no meio ambiente por até um ano, sem realizar repastos em animais, sejam domésticos como os cavalos, sejam silvestres como as capivaras, hospedeiros reservatórios da bactéria.

Por isso, o Instituto Biológico  (IB-APTA) está desenvolvendo um estudo sobre a eficácia de um produto biológico, um fungo entomopatogênico, para combater esse carrapato. Segundo o pesquisador Paulo Sampaio, há uma emergência sanitária e caso esse produto seja liberado para aplicação em grandes áreas, como pastos, campos e gramados das propriedades rurais e, possivelmente, gramados e parques de áreas urbanas infestados com carrapatos, haverá um grande ganho social. “Esse fungo entomopatogênico é um produto natural seguro para o meio ambiente e também para o ser humano”, explica Sampaio.

Produtos biológicos à base desse fungo já existem no mercado para utilização em controle de insetos que danificam as culturas econômicas vegetais. No entanto, esses produtos não possuem autorização nos órgãos federais competentes para controle de carrapatos sob condições ambientais.  Assim, o órgão irá pleitear ao Governo Federal a extensão de uso para carrapatos do isolado IBCB 425 do Metarhizium anisopliae.

Um produto biológico tem a vantagem de se manter no ambiente. Já os carrapaticidas disponíveis no mercado sofrem degradação sob as condições ambientais e são susceptíveis ao desenvolvimento de resistência genética pelo carrapato.   “Os carrapaticidas existentes no mercado não têm eficácia tão alta quanto o fungo entomopatogênico Metarhizium Anisopliae, isolado IBCB 425. Com o tempo eles perdem a ação”, explica o pesquisador do IB.

Dados da Secretaria da Saúde informam 1.221 casos de Febre Maculosa Brasileira, com 657 óbitos, entre 2007 e 2023, no Estado de São Paulo. Nos seis primeiros meses deste ano, o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo registrou 19 casos confirmados e nove mortes.

com informações do Instituto Biológico

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