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Logo nos primeiros dias do ano, entre 3 e 6 de janeiro, a equipe do laboratório de Acarologia do Instituto Biológico (IB-APTA) ministrou um curso de atualização para alunos de graduação em Agronomia e Biologia. O evento teve o objetivo de atualizar e treinar os estudantes nos conceitos básicos em Acarologia, que é o ramo da zoologia que estuda os aracnídeos e seus aparentados.

Os ácaros são aracnídeos fitófagos que se alimentam das partes aéreas e subterrâneas das plantas e são capazes de causar grandes prejuízos à agricultura. No curso, os pesquisadores do IB apresentaram informações sobre acarologia em culturas de importância agrícola, incluindo a taxonomia das principais famílias, aspectos biotecnológicos, controle biológico e químico, ácaros de importância quarentenárias e outros, explicou André Luís Matioli, responsável pelo evento.

De acordo com especialistas, os danos causados pela presença desses organismos nas plantas são, às vezes, visíveis, no entanto, o exato grau do prejuízo pode ser desconhecido. Para se alimentarem, os ácaros introduzem seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteúdo celular. Com isso, provocam danos como retardamento de crescimento, injúrias nas folhas, desfoliação e perdas de qualidade e produtividade. Durante o processo de alimentação, também podem injetar toxinas e algumas espécies transmitem vírus.

Outro grave problema para as culturas de interesse econômico é o fato desses pequenos aracnídeos desenvolverem resistência a produtos químicos, exigindo a aplicação de quantidades cada vez maiores quantidades para obter um resultado menos eficaz. Para lidar com esses casos, os pesquisadores do IB desenvolveram uma solução que chamaram de “natureza controlando natureza”, utilizando uma classe de ácaros predadores para reduzir a população da praga, sem causar prejuízos ao meio ambiente.

Esses foram alguns dos temas abordados pelos pesquisadores André Matioli, Jeferson Mineiro, José Eduardo Marcondes de Almeida e Mário Eidi Sato, nas 26 horas do curso de Acarologia. O controle biológico desenvolvido pelo IB é referência para todo o país e representa uma economia de milhões de reais nas culturas em que está presente. Somente na cana-de-açúcar, principal produto da agropecuária paulista, respondendo por mais de 42% do VPA de 2021, em torno um quarto da produção total do Estado já conta com a ajuda desses “organismos do bem” para o controle de pragas.

Transferência de conhecimento

O Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento em Sanidade Agropecuária do Instituto Biológico (CAPSA/IB), do qual o laboratório de Acarologia faz parte, tem forte atuação na produção e difusão de conhecimento, seja diretamente para os produtores rurais ou treinando técnicos que ajudarão os agricultores em suas demandas.

Um exemplo dessa contribuição foi o curso de técnicas básicas para Laboratório de Fitopatologia, que ocorreu de 10 a 30 de novembro de 2022, e foi coordenado pela pesquisadora Flávia Patrício. Na ocasião, os alunos de graduação das universidades paulistas receberam treinamento sobre organização do laboratório, apresentação e limpeza das vidrarias, limpeza de equipamentos, operação da autoclave, esterilização dos meios de cultura, preparo de suspensão de inóculo, isolamento e repicagem de fitopatógenos, entre outras técnicas.

Todos os cursos ministrados pelo IB fornecem certificação e os alunos que entram em contato com as pesquisas desenvolvidas na instituição têm oportunidade de conhecer e se candidatar ao curso de Pós-Graduação. Para o diretor do CAPSA, Cláudio Marcelo Gonçalves Oliveira, ao oferecer esse tipo de oportunidade, o Instituto cumpre sua função de promover a divulgação científica e colaborar na formação dos indivíduos.

Se você se interessou pelos cursos do IB, fique atento ao site www.biologico.agricultura.sp.gov.br e às redes sociais do instituto e da APqC.

Com informações do Instituto Biológico

 

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