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A pesquisa “Risco de apagão de professores no Brasil”, elaborada pelo Instituto Semesp, aponta que o déficit de professores em todas as etapas da educação básica pode chegar a 235 mil em 2040. Lançado durante a 24ª edição do Fnesp (Fórum Nacional do Ensino Superior Particular Brasileiro), o estudo indica que o déficit ocorre pelo desinteresse do jovem em seguir a carreira de professor, pelo envelhecimento do corpo docente nos últimos anos e pelo abandono da profissão devido às condições precárias de trabalho.

Como evidenciado nas páginas iniciais do documento, a baixa procura por cursos de licenciatura anuncia a falta de interesse do público jovem pela carreira docente. O desinteresse também escancara alguns dos principais problemas enfrentados pelos professores, como os salários baixos e a falta de reconhecimento da profissão. Em 10 anos, o número de calouros em licenciaturas cresceu 53,8%, já nos demais cursos o crescimento foi de 76%.

A taxa de ingressantes nos cursos de licenciatura também varia entre os formatos presenciais e a distância. Em 2020, o número de alunos que se matricularam em cursos EAD foi equivalente a 59,3%. Todavia, as taxas de evasão estudantil também são altas, em especial, nos cursos EAD (equivalente a 31,3% para 27,9% nos cursos presenciais). A apuração aponta que, à época, um a cada três alunos que ingressaram em um curso de licenciatura não completou a formação.

O estudo ainda ressalta o baixo crescimento de ingressantes com até 29 anos e o percentual de 58% de concluintes participantes do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes) em 2021 que afirmaram já terem experiência no magistério. Como apontado pelo relatório: “todos esses fatores indicam a possibilidade da falta de professores em um futuro próximo no país”.

Diminuição no número de jovens educadores

O risco de “apagão” não se dá apenas pela falta de interesse nos cursos de licenciatura. Isso porque, ao comparar os anos 2016 e 2021, o número de professores no ensino básico diminuiu. No corpo discente também houve decréscimo, o que aponta para uma queda no número de alunos por professor e consequente aumento na faixa etária dos profissionais.

Dados ilustram que o número de docentes de até 24 anos caiu pela metade de 2009 a 2021. O aumento está direcionado aos professores com 50 anos ou mais (o crescimento foi de 109% no mesmo período). O não crescimento da educação básica indica que não há espaço para os recém egressos do ensino superior iniciarem na carreira de docente.

Segundo os números, em 2040, serão necessários 1,97 milhões de professores para atender a demanda de alunos na mesma proporção atual. A considerar oferta e demanda, o déficit de docentes na educação básica em 2040 deve chegar a 235 mil.

Confira a pesquisa  na íntegra clicando aqui.

Fonte: Revista Ensino Superior

 

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