Na próxima quinta-feira, 25 de abril, funcionários públicos do Estado de São Paulo farão um grande ato em defesa do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe). A manifestação, organizada pelas entidades que compõem a Comissão Consultiva Mista (CCM), está marcada para começar às 9h, com concentração em frente ao Ambulatório do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), na rua Borges Lagoa, 1755, em São Paulo.

Os manifestantes, em sua maioria servidores contribuintes do Iamspe, protestam contra uma série de retrocessos no instituto, dentre eles a precarização do atendimento médico, as filas de espera causadas pela redução do quadro de funcionários, a ausência de investimentos por parte do governo e a venda do prédio da administração do Iamspe, que tem 14 mil metros quadrados e será leiloado.

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) aponta ainda problemas de gestão que estariam comprometendo a qualidade do serviço prestado: “Apesar de o instituto ser financiado quase que integralmente pela contribuição dos servidores, seu comando não tem vínculo com o funcionalismo. O cargo de superintendente é preenchido por critérios políticos e faz parte do cabide de empregos que o Palácio dos Bandeirantes usa para presentear seus aliados”, afirmou.

O também deputado Enio Tatto (PT) ressalta que a grave crise financeira pela qual passa o Iamspe teve início depois que o governo estadual deixou de repassar sua parte ao instituto – o equivalente a 2% do salário dos servidores descontado em folha. “Os sucessivos governos deixaram de repassar R$ 13,6 bilhões”, disse. O resultado, segundo ele, foi o rompimento de convênios por parte de alguns hospitais filantrópicos e, consequentemente, a demora de meses para marcar exames e de filas enormes de pacientes à espera de atendimento médico.

Segundo Addolorata Colariccio, vice-presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), a situação é decorrente de um sistemático processo de privatização e sucateamento, que se aprofundou na gestão anterior e continua em marcha: “Foram dispensados 300 médicos e 1.117 funcionários, incluindo o pessoal da enfermagem e técnicos especialistas em diferentes áreas clínicas. Isso explica muito sobre a queda no atendimento”, disse.

A pesquisadora da APqC ressaltou ainda a importância de os associados da entidade participarem do ato do dia 25, em solidariedade aos servidores públicos que dependem do Iamspe. “Vamos protestar contra a privatização dos serviços ofertados pelo hospital aos seus contribuintes, pelo fim do corte de direitos dos trabalhadores do instituto e pela abertura de concurso público para recomposição do quadro funcional”, declarou.

Sobre o Iamspe

O Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) é um sistema de saúde que atende aproximadamente 1,1 milhão de funcionários públicos e seus dependentes. Em tese, os usuários dispõem de uma rede de atendimento própria e credenciada, que conta com serviços em 165 municípios do território paulista. Apesar de financiado pela mensalidade dos próprios usuários, o Iamspe é uma autarquia do Governo do Estado de São Paulo, vinculada à Secretaria de Gestão e Governo Digital, que possui responsabilidades e deveres para com a entidade.

Bruno Ribeiro / Foto: Folha de S. Paulo

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